Qual o Custo de um Trabalhador para uma Empresa em Portugal?

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3 de Agosto de 2023
Qual o Custo de um Trabalhador para uma Empresa em Portugal?

O custo de um trabalhador para uma empresa em Portugal é um fator crítico que afeta diretamente a saúde financeira e a viabilidade dos negócios. Compreender os diversos elementos que compõem esse custo é fundamental para as empresas tomarem decisões informadas sobre contratações, orçamentos e estratégias de recursos humanos.

Neste artigo, vamos realizar uma análise detalhada do custo de um trabalhador para uma empresa em Portugal, continue a ler para se manter informado.

8 variáveis que afetam o custo de um trabalhador para uma empresa

1. Salário Base

O salário base, é o valor acordado entre o empregador e o trabalhador pela prestação de serviços. Este pode variar de acordo com a função, nível de experiência e o setor de atuação.  Deste salário base, é  descontado a TSU (Taxa Social Única) para a Segurança Social e o Imposto de IRS. Após estes descontos, remanesce o salário bruto, ou salário líquido.

2. Benefícios

Além do salário base, as empresas podem oferecer benefícios adicionais, como subsídios de alimentação, transporte, seguro de saúde, planos de pensão, entre outros. Estes benefícios, embora não sejam obrigatórios, são importantes para atrair e reter talentos.

3. Contribuições para a Segurança Social

Tanto empregador como o trabalhador são responsáveis por efetuar contribuições para a Segurança Social, sendo que a contribuição do trabalhador encontra-se incluida no salário base. Essas contribuições financiam o sistema de segurança social em Portugal, que engloba reformas, saúde, invalidez, desemprego e outros benefícios. As taxas de contribuição podem variar de acordo com o salário do trabalhador e o tipo de contrato de trabalho.

4. Outros Custos e Encargos Sociais

Além das contribuições para a Segurança Social, as empresas também devem pagar outros encargos sociais, como o Fundo de Compensação do Trabalho e o Fundo para a Promoção dos Direitos dos Trabalhadores. Esses encargos adicionais devem ser tidos em conta no cálculo do custo total do trabalhador.

5. Subsídios de Natal e Férias

O trabalhador em Portugal tem direito a receber subsídios de Natal e de férias. Ambos equivalem a um salário mensal e podem ser pagos em duodécimos ao longo do ano ou no final do ano e antes das férias do trabalhador, respetivamente.

6. Horas Extras e Outras Remunerações Variáveis

Caso o trabalhador realize horas extras, a empresa deve pagar um valor adicional por cada hora trabalhada além do horário regular. Além disso, existem outras remunerações variáveis, como prémios de produtividade e comissões, que podem influenciar no custo total do trabalhador para a empresa.

7. Desenvolvimento e Formação Profissional

Investir na formação e desenvolvimento dos colaboradores é essencial para melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados. Os custos com cursos, workshops e programas de formação devem ser considerados no cálculo do custo total de um trabalhador.

8. Higiene e Segurança no Trabalho

As empresas devem cumprir as normas de saúde e segurança no trabalho para garantir um ambiente seguro e saudável para os colaboradores. Isso pode implicar em custos adicionais com aquisição de equipamentos de proteção, consultas e medicina no trabalho, manutenção de instalações e implementação de medidas preventivas.

As empresas devem oferecer também seguro de acidentes de trabalho, para salvaguardar qualquer situação mais "perigosa" que possam acontecer com os seus trabalhadores durante o horário de trabalho.

Simulação de Custo de um Trabalhador em Portugal

Analisemos uma simulação do custo médio mensal de um trabalhador para uma empresa com as seguintes características:

  • Salário Base: 1.200 euros por mês
  • Subsídio de Alimentação: 7,63 euros por dia útil (22 dias úteis por mês)
  • Contrato: Tempo integral, sem horas extras
  • Contribuição para a Segurança Social (Trabalhador): 11%
  • Contribuição para a Segurança Social (Empresa): 23,75%
  • Outros Encargos Sociais: 5%
  • Subsídio de Natal e Férias: 1 mês de salário por cada subsídio

Custos Adicionais:

  • Seguro de Trabalho: 1% do salário base (obrigatório)
  • Seguro de Saúde: 50 euros por mês (opcional, fornecido pela empresa)

Simulação do Custo Mensal Total do Trabalhador

  1. Salário Base: 1.200 euros por mês

  2. Subsídio de Alimentação: 7,63 euros x 22 dias úteis = 167,86 euros por mês

  3. Contribuição para a Segurança Social (Trabalhador): 1.200 euros x 11% = 132 euros por mês

  4. Contribuição para a Segurança Social (Empresa): 1.200 euros x 23,75% = 285 euros por mês

  5. Outros Encargos Sociais: 1.200 euros x 5% = 60 euros por mês

  6. Subsídio de Natal e Férias: 2 x 1.200 euros = 2.400 euros por ano / 12 meses = 200 euros por mês

  7. Seguro de Trabalho: 1.200 euros x 1% = 12 euros por mês

  8. Seguro de Saúde: 50 euros por mês

Agora, somamos todos os valores para obter o custo mensal total do trabalhador para a empresa:

Custo Total = Salário Base + Subsídio de Alimentação + Contribuição para a Segurança Social (Empresa) + Outros Encargos Sociais + Subsídio de Natal e Férias + Seguro de Trabalho + Seguro de Saúde = 1.200 + 167,86 + 285 + 60 + 200 + 12 + 50 = 1974,86 euros por mês

Nota: O valor apresentado é apenas uma simulação e pode variar, tendo em conta diversas variáveis.

Conclusão

O custo de um trabalhador para uma empresa em Portugal é composto por uma série de elementos que vão além do salário base. Contribuições para a Segurança Social, subsídios, benefícios, horas extras e encargos sociais são apenas alguns dos fatores que devem ser considerados na análise do custo total do trabalhador.

Ao compreender em detalhe esses componentes, as empresas podem tomar decisões mais informadas e estratégicas em relação à gestão de recursos humanos e aos seus investimentos. Portanto, é fundamental para as empresas manterem um controlo rigoroso dos custos de seus trabalhadores para garantir a eficiência e a sustentabilidade financeira do negócio.

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