Micromanagement: o que é e como evitar este erro

Cada vez mais, os indivíduos valorizam a liberdade e autonomia nas suas decisões, quer na sua vida pessoal como profissional. No entanto, é comum existirem problemas e dificuldades a este nível, nomeadamente na gestão de pessoas. Sabe o que é o micromanagement? Veja como evitá-lo na sua empresa!

Apesar da microgestão ser usualmente associada a pequenas empresas ou mesmo a organizações mais tradicionais, a verdade é que pode, e ainda é, bastante comum em qualquer tipo de empresa, sendo mesmo um dos motivos de despedimento mais comuns, principalmente pela geração mais jovem, que procura maior flexibilidade e autonomia.

O que é o micromanagement?

A micromanagement, ou microgestão em português, é uma prática de gestão que se caracteriza pelo excesso de controlo por parte do líder ou chefe da equipa sobre as tarefas e decisões realizadas pelos respetivos colaboradores.

Esta forma de gestão pode impactar negativamente a autonomia e responsabilidade dos funcionários que, por sua vez, pode ter interferência direta na sua motivação. Por outro lado, também se caracteriza por uma sobrecarga de trabalho por parte do líder, que acaba por perder mais tempo a controlar as situações de âmbito operacional do que a realizar o seu trabalho estratégico.

Isso pode acontecer em empresas de todos os tipos, tamanhos ou segmentos, e em diferentes níveis hierárquicos.

Quais as causas do micromanagement?

Muitas vezes, os gestores ou líderes das empresas acabam por estar tão envolvidos neste tipo de modelo de gestão, que acabam por não perceber que estão a usar o micromanagement e que isso pode ou está a trazer problemas para a sua equipa.

Se acha que pode estar numa dessas situações, veja quais 3 das principais causas do micromanagement:

- Liderança autoritária

Existem diferentes formas de gestão e liderança que pode adotar na sua empresa.

Um modelo de micromanagement é caracterizado por um controlo exagerado de todas as tarefas e ações por parte do gestor de equipa, cabendo-lhe a ele, em exclusivo, autorizar e aprovar grande parte das tarefas.

Conheça os 6 principais tipos de liderança;

-Falta de autonomia e feedback

Quando o gestor ou líder de equipa não dá um feedback construtivo nem aceita os feedbacks da equipa, tendo de avançar somente com o que acha correto, na sua opinião. Como tal, não é estimulada a criatividade entre todos.

Adicionalmente, esta pessoa não é capaz de delegar tarefas e, muitas das vezes acaba, por ser ele mesmo a realizá-la;

-Excesso de controlo

Existe um controlo excessivo de toda e qualquer atividade, incluindo os horários, o que está a fazer no computador, as pausas que faz e entre outras ações que toma.

Por norma, este tipo de empresas não aceitam bem o regime de teletrabalho, uma vez que lhes faz confusão a possibilidade de não poderem controlar como gostariam os trabalhadores. No caso de terem essa alternativa, recorrem usualmente a softwares de gestão de trabalho remoto.

Este controlo inclui, ainda, a exigência de fazer parte de todos os emails ou interações com outras equipas ou empresas.

Quais as principais consequências da micromanagement?

Este tipo de gestão pode ser bastante prejudicial para a sua empresa, trazendo também consequências negativas para os colaboradores.

Conheça algumas das principais consequências do micromanagement:

• Falta de confiança nos funcionários;

• Aumento de stress e pressão sob os colaboradores;

• Ausência de feedback;

• Problemas na dinâmica em equipa;

• Resultados insatisfatórios;

• Inovação bloqueada;

• Falta de colaboração entre a equipa;

• Cultura organizacional negativa;

• Problemas de eficiência e produtividade;

• Falta de engagement entre os colaboradores;

• Pouca progressão da equipa;

• Despedimento de colaboradores;

• Pouca confiança no líder.

Como vê, aplicar o micromanagement pode trazer um conjunto de efeitos negativos para a organização que, a longo prazo, podem mesmo arruinar a sua empresa.

Veja como evitar ou reduzir o micromanagement na gestão da sua organização!

• Estabeleça um ambiente propício à inovação e criatividade, através da adoção de uma cultura de confiança e autonomia, permitindo que os seus colaboradores tenham flexibilidade e responsabilidade para realizar as suas atividades de forma eficaz;

• Assegure uma liderança forte e coesa, em que as pessoas sejam tidas como uma prioridade, através da escuta ativa e de um espaço para errar e crescer;

• Aposte na formação dos colaboradores, que promovam o desenvolvimento individual e coletivo da equipa;

• Separar o trabalho e as responsabilidades de um líder/gestor de equipa face ao trabalho dos restantes colaboradores;

• Realize avaliações de desempenho transversais, que incluam uma autoavaliação, avaliação por parte da chefia e feedbacks dos colegas de equipa e outros stakeholders com quem interaja, a chamada “avaliação 360º”- veja como criar uma avaliação de desempenho para a sua empresa;

• Crie momentos de partilha de feedback entre a equipa;

• Avalie a implementação de um modelo de "total liberdade, com total responsabilidade";

• Invista em tecnologia que facilite a gestão de tarefas e de pessoas;

• Promova uma boa comunicação entre a equipa;

• Promova a gestão de projetos por cada colaboradores, dando-lhe inteira responsabilidade pelo mesmo, embora tenha a supervisão do líder;

• Enquanto líder, intervenha apenas quando é solicitada ajuda ou quando vir que é mesmo necessário intervir.

Estas são apenas algumas dicas para evitar o micromanagement, embora existam muitas mais que poderá aplicar, se vir que tem um efeito positivo na sua equipa e no seu negócio, sendo que os Recursos Humanos (RH) têm um papel fulcral nesta gestão.

É importante que os gestores tenham a capacidade de ter uma “visão exterior” para conseguirem "olhar para dentro" da sua organização e avaliar este tipo de comportamentos. Para isso, é essencial que os próprios gestores e líderes sejam altamente formados nesta arte, que é liderar pessoas e consigam analisar o mercado e as suas tendências de forma atenta e estratégica.

Podem fazê-lo através de cursos formativos, participação em eventos do setor, assim como ações de networking com outras empresas, por exemplo.

Através disso, é possível manter-se competitivo no mercado e não ficar para trás em relação aos concorrentes. A constante capacitação é um diferencial que pode fazer toda a diferença num mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.

Saiba como ser um bom líder na sua empresa.